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quarta-feira, 28 de março de 2012

O que é a Dislexia?

Conhecendo um pouco mais...

você sabe o que é Dislexia?

Dislexia nada mais é do que uma forma diferenciada de caminho neural. O nome foi escolhido pelo oftalmologista alemão Rudolf Berlin, em 1887, após muitos estudos e tentativas de entender o que acontecia com um jovem que apresentava grandes dificuldades no aprendizado da leitura e escrita, ao mesmo tempo que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. O nome vem de uma terminologia grega que significa: DIS – dificuldade, e LEXIA – palavra (linguagem).
Já em seu sentido semântico, a palavra dislexia está inseparavelmente ligada a um problema de linguagem, ou seja, de comunicação entre áreas especializadas do cérebro.
Para uma ampla compreensão da dislexia, é necessário fazermos uma breve explanação do funcionamento e da anatomia do cérebro.
O cérebro é constituído por dois hemisférios: o direito e o esquerdo. Cada hemisfério é dividido em quatro partes, chamadas de lobos frontal, parietal, temporal e occipital. Os lobos também são simétricos nos dois hemisférios do cérebro e cada um desempenha funções específicas. O lobo frontal é responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os sentidos corporal e espacial. O lobo occipital direciona a visão.
Através de uma rede contínua de conexões entre suas partes, o cérebro funciona e trabalha de forma especializada, por exemplo: o lado esquerdo é o lado consciente e com ênfase acentuada na comunicação, leitura, escrita e aritmética, com um grande poder de armazenar e memorizar informações. Esse lado, quando bem estimulado, desenvolve seguramente e com muita qualidade a parte intelectiva de um indivíduo, porque contém uma área importantíssima, chamada “área de Wernicke”, que é responsável pela linguagem e armazenamento das informações.
Já o lado direito do cérebro é a morada da criatividade e das grandes ideias, mas
sem qualquer contribuição para a memorização ou faculdades superiores. O indivíduo que tem maior utilização lateral direita será sempre mais inteligente que intelectual.
Essas descobertas funcionais do cérebro só foram possíveis a partir de 1980, por meio de observações de cérebros saudáveis feitas por cientistas, através de tomografia de emissão de positrons (PET) e imagem por ressonância magnética funcional (fMRI), possibilitando o mapeamento dos sistemas neurais e seu funcionamento. Através dessas imagens, foi possível identificar três conexões cerebrais para a leitura de crianças e adultos.

A Causa da Dislexia.

Apesar de toda tecnologia e tomografias funcionais sofisticadas, os cientistas ainda não entraram num consenso sobre a causa da dislexia. Particularmente, após muitos estudos, temos um parecer do que possa ser a causa da dislexia e como acontece a passagem para esse terceiro caminho neural – uma ponte intertalâmica.
Em algumas pessoas, os tálamos dos hemisférios esquerdo e direito estão conectados por uma ponte de substância cinzenta chamada de massa intermédia. Os tálamos são duas massas ovais que medem aproximadamente 1 cm cada e, juntos com o hipotálamo, compõem o diencéfalo.
Esses núcleos subcorticais são compostos de células especializadas que interconectam todas as áreas do encéfalo. O tálamo tem sido referido como “o portão de entrada para o córtex”, ou seja, ele é como um radar que capta todas as informações sensitivas como visão, audição, tato e paladar.
Com exceção de algumas aferências olfativas, todas fazem relés sinápticos no tálamo antes de seguir para as áreas sensoriais corticais primárias. No entanto, vale observar que o tálamo é um centro de organização, funcionando como “filtro” de todas as sensações que chegam até ele, em nível inconsciente, e passa essas informações ao córtex, que as transformam em nível consciente.
Nessas pessoas, por receberem um número muito grande de informações de diversas vias neurais, o tálamo pode confundir-se antes mesmo dessas serem redistribuídas, enviando essas mensagens através da massa intermédia para outras áreas não especializadas, ignorando a área de Wernicke, que desempenha um papel muito importante na produção do discurso, permitindo compreender o que os outros dizem e que organiza palavras e frases sintaticamente corretas. Tais pessoas utilizam o terceiro caminho neural superativando os lobos frontais e subativando as partes posteriores do cérebro.
Essa forma de conectividade neural, utilizando a aderência intertalâmica, dificulta a padronização da comunicação entre partes do cérebro porque não estimula as áreas especializadas da linguagem que são necessárias para reforçar o aprendizado, como resultado da prática e de experiências repetidas, causando assim um déficit de aprendizagem.
Entendemos ser essa conectividade intertalâmica a causa da dislexia, manifestando diversos sintomas em vários aspectos da vida de indivíduos que têm de lidar com essa forma especial de conexão. Acreditamos, também, que esse caminho neural é determinado geneticamente, assim como cor de olhos, cabelo, tipo de sangue etc.

Sinais e Causas da Dislexia.

O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Portanto, é importante que paise professores fiquem atentos aos sinais de dislexia para que possam ajudar seus filhos e alunos.O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola,tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para averiguar se ela é disléxica. Adislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ao contrário. No Jardim deInfância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras; elas também freqüentemente confundem palavras. Esses são apenas algunsdos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.A dislexia é tão comum em meninos quanto em meninas.

O que pode ser feito?

Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto,diferente da fala – que qualquer criança acaba adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receber tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que acriança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo; a dislexia não pode passar despercebida. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças disléxicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar àquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia. Não há um só tratamento que seja adequado atodas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases. É aconselhável que a criança disléxica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la. É importante saber que ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição. Mas um bom tratamento certamente rende bons resultados.Alguns estudos sugerem que um tratamento adequado, administrado ainda cedo na vida escolar de uma criança, pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais ao ponto que elas desapareçam por completo.Toda criança necessita de apoio e paciência. Muitas crianças disléxicas sofrem de falta de auto confiança, pois se sentem menos inteligentes que seus amigos. Porém, um bom tratamento pode curar a dislexia. Muitos disléxicos tiveram grande sucesso profissional; existe uma alta porcentagem de disléxicos entre os grandes artistas, cientistas e executivos. Muitos especialistas acreditam que pessoas disléxicas, por serem forçadas a pensar de forma diferente, são mais habilidosas e criativas e têm idéias inovadoras que superam as de não-disléxicos.Apesar das salas de aula estarem lotadas e apesar da falta de recursos para pesquisas, a dislexia precisa ser combatida. Muitos casos de dislexia passam desapercebidos em nossas escolas. Muitas vezes, crianças inteligentíssimas, mas que sofrem de dislexia, aparentam ser péssimos alunos; muitas dessas crianças se envergonham de suas dificuldades acadêmicas, abandonam a escola e se isolam de amigos e familiares. Muitos pais, por falta de conhecimento, se envergonham de ter um filho disléxico e evitam tratar do problema. Isso é lamentável, pois crianças disléxicas que recebem um tratamento apropriado podem não apenas superar essa dificuldade, mas até utilizá-la como benefício para se sobressair pessoalmente l e profissionalmente.


POR: Dra. Nancy Stolanov

http://portalguiaescolas.com.br/interna.php?pag=espaco_educacional&espaco_educacional_id=57

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